São Paulo, novembro de 2020. A necessidade de distanciamento, imposta pela atual pandemia, tornou-se um desafio que pouco a pouco vem sendo superado em prol da prevenção e tratamento do diabetes e suas complicações. Neste ano, o Mutirão do Diabetes de Itabuna adaptou-se às regras sanitárias e ganhou nova dinâmica. Para garantir o tradicional atendimento e realização de exames, o mutirão utilizou-se de agendamento prévio de pacientes, telemedicina e ações coordenadas em diferentes etapas.
Em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde, a ONG promotora do evento, a Unidos pelo Diabetes, realizou uma triagem para identificar pacientes com diabetes, cadastrados no Sistema Único de Saúde (SUS) do município. A partir dessas informações, foram agendados atendimentos entre os dias 13 e 16 de outubro, de forma a evitar aglomerações e riscos de infecção para pacientes, profissionais de saúde. Com esse esforço articulado, foi possível atender mais de 400 pessoas.
Nas ocasiões foram realizados gratuitamente o rastreio de neuropatias, exames de pé diabético e retinografia, com o auxílio de aplicativos que facilitaram a avaliação diagnóstica. O app ‘Sistema Salvando o Pé Diabético’ (Sisped) foi destacado para a análise de possível presença dessa complicação do diabetes. Além dos diagnósticos, a utilização do Sisped possibilitou a realização de levantamentos epidemiológicos de quadros pré-ulcerativos e de pés ulcerados. As retinografias também tiveram apoio da tecnologia, no mutirão deste ano. As imagens coletadas pelos equipamentos eram avaliadas por um software que identificava eventuais desconformidades e, na sequência, armazenadas em nuvem. Tal funcionalidade permitiu que profissionais oftalmologistas voluntários avaliassem os exames de modo remoto, conferindo agilidade às análises. Aqueles pacientes identificados com diagnóstico ou risco para desenvolvimento de complicações foram e direcionados para nova fase do mutirão, destinada à realização de exames complementares.
A segunda fase do Mutirão do Diabetes 2020 ocorreu no último dia 07 de novembro, quando os pacientes com resultados iniciais alterados receberam avaliação presencial por oftalmologistas especialistas em retina e, conforme a necessidade, foram tratados imediatamente por meio fotocoagulação a laser. Nessa oportunidade, os pacientes ainda realizaram exames de eletrocardiograma, ecocardiograma, exame bioquímico, avaliação nefrológica e angiológica. O coordenador do mutirão, o oftalmologista Dr. Rafael Andrade comenta que pacientes com retinopatia grave apresentam risco aumentado para comorbidades cardíacas e nefrológicas. Quando necessária a continuidade de tratamento, equipes da Atenção Básica da rede pública municipal orientaram os pacientes e providenciaram encaminhamentos para novas assistências por meio do SUS.
As próximas etapas do mutirão destinam-se à orientação da população por meio de ações com veículos de imprensa locais, em vista de universalizar o acesso à informações de qualidade para prevenção do diabetes e suas complicações.